As roturas musculares dos posteriores da coxa (RMPC) são muito incidentes em atletas desportivos de modalidades coletivas. Tal condição impõe um impacto negativo a níveis financeiro e sucesso desportivo, em ambos os contextos amador e de elite. A nossa equipa de investigação previamente observou que a estratégia de distribuição de carga entre os músculos posteriores da coxa (quantificado com ressonância magnética funcional), e a condição de fadiga muscular, estão associados a maior risco de RMPC. Recentemente, a técnica derivada de ultrasonografia denominada elastografia de onda de cisalhamento foi proposta como capaz de examinar a distribuição de carga entre os músculos posteriores da coxa de forma válida e reprodutível; e ainda superando várias limitações da ressonância magnética funcional (e.g. menos dispendioso, menos consumidor de tempo, menor risco, e mais fácil de usar).
Este projeto visa examinar se a distribuição de carga entre os músculos posteriores da coxa numa condição fatigada podem predizer a ocorrência de RMPC. Será conduzido um estudo prospectivo de 2 anos para este propósito. Atletas amadores (n=70) e de elite (n=70), com e sem lesão prévia de RMPC nos últimos 5 anos, serão testados. A carga em cada músculo será estimada nos dois membros, a partir da quantificação do relaxamento T2 (com ressonância magnética funcional) e do módulo de cisalhamento (com elastografia de onda de cisalhamento). Investigadores peritos da Faculdade de Motricidade Humana, do Sport Lisboa e Benfica, Hospital da Luz e da Universidade de Gent irão implementar este projeto. Esta proposta inovadora e ambiciosa apresenta o potencial para mudar o actual paradigma como as RMPC são rastreadas, tratadas e prevenidas.